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terça-feira, março 02, 2010

IDG Now! - 'Guia de espionagem' da Microsoft: o que você precisa saber

IDG Now! - 'Guia de espionagem' da Microsoft: o que você precisa saber:

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'Guia de espionagem' da Microsoft: o que você precisa saber


(http://idgnow.uol.com.br/seguranca/2010/02/26/guia-de-espionagem-da-microsoft-o-que-voce-precisa-saber)

Por PC World/EUA

Publicada em 26 de fevereiro de 2010 às 16h44

Atualizada em 26 de fevereiro de 2010 às 16h47

Documento vazado pelo site Cryptome orienta agentes da lei sobre as informações de usuário que a Microsoft guarda, e como obtê-las.



Desde 1996, o site Cryptome tem divulgado documentos que governos e empresas gostariam que permanecessem secretos. Agora o Cryptome estende seu olhar à web com a liberação do Microsoft Online Services Global Criminal Compliance Handbook, um “guia de espionagem” para agentes da lei e que traz detalhes sobre os dados que a Microsoft obtém, guarda e pode fornecer.

Como a maioria de nós é usuária da Microsoft, há algumas informações que você precisa saber antes de comprar pontos do Xbox Live, se conectar ao Office Live, ou enviar um e-mail no Hotmail.

O que é o “guia de espionagem”?
O Global Criminal Compliance Handbook é um documento explicativo semiabrangente concebido para investigadores, policiais e outros agentes da lei que querem acessar as informações armazenadas pela Microsoft. Ele também oferece amostras de texto para uso em intimações e diagramas que ajudam a entender os registros dos servidores.

O termo “semiabrangente” se justifica aqui porque, com apenas 22 páginas, ele não explora os bits e bytes dos sistemas da Microsoft; é mais como um guia de caça à informação, feito para leigos.

Quais serviços da Microsoft são abordados?
Todos. A Microsoft mantém as informações dos usuários relacionadas aos serviços online. Os dados abrangem de e-mails antigos a números de cartão de crédito. A informação é mantida por um certo período de tempo – às vezes, para sempre.

Os sites mencionados são:

Windows Live
Windows Live ID
Microsoft Office Live
Xbox Live
MSN
Windows Live Spaces
Windows Live Messenger
Hotmail
MSN Groups



Alguns desses serviços da Microsoft podem não se aplicar a um grande número de pessoas. Quem usa o MSN Groups, afinal? Mas o acesso a informações pessoais das contas Xbox Live, por exemplo, pode ser um problema para seus 23 milhões de assinantes, especialmente porque o Xbox Live guarda mais dados do que a maioria dos outros serviços da empresa.

Que informações a Microsoft tem?
Depende do serviço. Segue uma lista dos principais.

::Windows Live ID
A Windows Live ID é um dos principais canais de retenção de dados de usuários. Ela é usada em diversos sites, para limitar a criação de diferentes nomes de usuário e senha. Por seu amplo alcance, o Windows Live ID poderia dar às autoridades legais o acesso a toneladas de informações pessoais sobre a navegação na web. A Microsoft mantém “as 10 últimas combinações de conexão IP e site visitado” dentro do portal da empresa, “e não as últimas dez conexões IP consecutivas”.

No fim da contas, isso não é lá tão ruim. Mas pode ficar pior.

::Hotmail
“Os dados de registros de contas de e-mail são retidos por toda a existência da conta. O histórico de conexões IP é retido por 60 dias”, de acordo com o documento. Mas se você, como muitos, migrou para o Gmail e abandonou o Hotmail, todo o conteúdo da conta é “geralmente apagado depois de 60 dias de inatividade. Se o usuário não reativar sua conta, os serviços gratuitos MSN Hotmail e Windows Live Hotmail se tornarão inativos depois de um período de tempo”.

O conteúdo de e-mail mais antigo que 180 dias pode ser aberto “desde que a entidade governamental siga as instruções de notificação do consumidor” da legislação norte-americana. Se o conteúdo for mais novo do que 181 dias, você precisará de um mandado de busca.

::Xbox Live
O Xbox Live armazena vários tipos de informação:



Gamertag
Número do cartão de crédito
Telefone
Primeiro e último nome, com CEP
Número de série (mas apenas se o console tiver sido registrado online)
Número de solicitação de serviço da Xbox Hotline
Conta de e-mail (como @msn.com, @hotmail.com ou qualquer outra conta Windows Live ID)
Histórico de IP pelo tempo de vida da gamertag (apenas uma gamertag por vez)


Essas informações são colhidas e mantidas para propósitos bem intencionados, por isso não fique completamente paranóico. Por exemplo, se seu console Xbox 360 for roubado, a Microsoft poderá caçá-lo usando seu grande banco de registros com dados sobre você e sua máquina.

::Office Online e Windows Live SkyDrive
A parte mais assustadora do manual aparece agora. O Office Online e o Windows Live SkyDrive são serviços que armazenam documentos e arquivos na nuvem. As duas páginas dedicadas a estes serviços descrevem somente o que os produtos são e não o acesso que a Microsoft tem à informação. O que a Microsoft pode obter daí? Por quanto tempo os arquivos são mantidos? Quais são os parâmetros legais? Tudo isso é incerto, o que provoca um certo frio na espinha.

A cloud computing (computação em nuvem) é a nova tendência em tecnologia. Empresas podem armazenar documentos financeiros e de negociação sigilosos em uma das nuvens da Microsoft. Se solicitado pelo governo, a Microsoft poderia (ou não?) mergulhar suas mãos em suas planilhas e extrair de lá o que quiser.

O jargão jurídico
A última parte do documento detalha os procedimentos legais necessários para obter informações da Microsoft. Mas com as escutas sem mandado virando moda ultimamente – como evidenciado pelo obscuro acordo do Google com a NSA – ninguém sabe ao certo quantos lacres o governo precisa quebrar para conseguir o que quer.



Uma história breve
Não se sabe como John Young, dono do Cryptome, obteve o Global Criminal Compliance Handbook; o certo é que sua ação mereceu a atenção da Microsoft. A empresa entrou rapidamente com uma ação na Justiça, baseando-se na Digital Millenium Copyright Act (DMCA), alegando violação de direito de autor.

Em 1998, a DMCA tornou crime a produção e a divulgação de métodos tecnológicos capazes de burlar proteções como a DRM, que visam controlar o acesso a produção protegida por direitos autorais. Ela também criminaliza a ação de contornar um controle de acesso, tenha ou não a intenção de infringir um direito de autor.

Algumas organizações têm um problema com o uso da DMCA nesse caso. A Electronic Frontier Foundation “vê problemas na invocação do direito de autor aqui. A Microsoft não vende este manual. Não há mercado para esta obra. Não é um assunto de direito de autor. A cópia de John é para uso justo. Isso é uma questão para a lei de expressão”, disse Cindy Cohn, da Electronic Frontier Foundation, ao ReadWriteWeb. Cohn afirmou que em casos que envolvem ofensas ou segredos comerciais há um procedimento de ir à corte, abrir um caso, e obter uma injunção – preencher uma queixa DMCA, como foi feito, “torna a censura fácil”.

De qualquer modo, a vontade da Microsoft prevaleceu. O hospedeiro do Cryptome, a Network Solutions, tirou o site do ar. Na quarta-feira (24/2), Young solicitou um recurso à Justiça. (Nesta sexta-feira, 26/2, o site voltou ao ar, depois que a Microsoft retirou sua queixa com base na DMCA. A Microsoft, por sua vez, divulgou uma nota sobre o caso, em que afirma que 'não pedimos que o site fosse tirado do ar, apenas que o conteúdo da Microsoft fosse retirado do ar. Estamos pedindo que o site seja restaurado e não exigimos mais que o documento seja removido', afirmou a empresa.)

Pessoalmente, penso que The Global Criminal Compliance Handbook não é tão perigoso como alguns podem pensar (exceto pela parte da cloud computing). A Microsoft precisa de medidas para colaborar com o governo em caso de perigo, simples assim. Mas com tanta informação lá fora, boa parte sob “domínio” da Microsoft, não posso ter senão um sentimento de vulnerabilidade e exposição.

E pelo bem da liberdade da internet, é crucial que o Cryptome permaneça no ar. O site serve a um propósito claro e importante; sua mais recente – e talvez a última – divulgação é prova disso.





(Brennon Slattery)

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domingo, junho 29, 2008

O Orkut, a Google etc - Jusvi

 

O Orkut, a Google etc

por Luiz Guilherme Marques

 

O Consultor Jurídico (www.conjur.com.br) publicou, em 15/06/2008, um artigo de PRISCYLA COSTA intitulado Boca solta - Google responde por mensagem ofensiva e anônima no Orkut:

    A Google é responsável pelas mensagens anônimas e ofensivas deixadas no site de relacionamento Orkut. Com base nesse entendimento, a 6ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro condenou a Google a pagar R$ 10 mil de indenização por danos morais para uma usuária chamada de prostituta em uma das comunidades do Orkut. A mensagem foi postada por um anônimo. Cabe recurso da decisão.

 

No espaço destinado a comentários, registrei o seguinte:

    A Google deveria exigir no ato de inscrição de cada pessoa interessada em participar do Orkut seu número de CPF, número da sua Carteira de Identidade e outros documentos tendentes a identificar a pessoa realmente.

    Esses dados seriam checados junto aos órgãos expedidores dos respectivos documentos ou, de alguma outra forma, ficando certo que aquela pessoa está mesmo identificada.

    Somente deveria ser permitida a participação de maiores de 18 anos, o que não acontece atualmente, sendo que a maioria dos usuários do Orkut é de crianças.

    Não deveria ser permitida a identificação por apelidos, mas sim pelo nome completo de cada participante.

    Assim, não aconteceriam os absurdos que vem ocorrendo cada vez mais no Orkut, o qual passou a ser um verdadeiro canal de injúrias e outras condutas ilícitas, que ocorrem com a omissão condenável da referida empresa de Internet.

    Enquanto não tomadas as providências pela Google para identificar os usuários que praticam condutas ilícitas no Orkut deve ela ser condenada a indenizar por danos morais com base na responsabilidade objetiva, conforme decidiu a Justiça carioca.

 

Quem lida com crianças (sejam filhos, netos ou alunos) sabe da verdadeira febre que representa para elas ingressar no Orkut diariamente e ficar várias horas conversando com os colegas de comunidade.

 

Muitas coisas que essas crianças não ousam dizer pessoalmente umas às outras são faladas no Orkut, ocorrendo muitos casos de ofensas graves entre participantes, convites para práticas libidinosas etc. Tudo isso, como dito, viabilizado, na realidade, para crianças....

 

Enquanto isso, os proprietários da Google ficam com a consciência tranqüila afirmando que nada têm a ver com o que acontece de imoral ou obsceno no Orkut.

 

O que essa empresa lucra com o número cada vez maior de freqüentadores (como dito, na maioria, crianças) é incalculável...

 

Um provedor de Internet me disse, certa vez, que duas coisas movimentam a Internet: Religião, em primeiro lugar, e Pornografia, em segundo. O Orkut, como todo mundo sabe, não é canal, regra geral para a Religião. Quanto à Pornografia, cada um pode verificar por si próprio...

 

Revista Jus Vigilantibus, Domingo, 29 de junho de 2008

 


Sobre o autor

Novo-luiz-guilherme

Luiz Guilherme Marques

Juiz de Direito da 2ª Vara Cível de Juiz de Fora (MG).

website email


Jusvi

 

 

MPF recomenda que Net armazene os logs de acesso por pelo menos dois anos - DNT - O Direito e as novas tecnologias

 

MPF recomenda que Net armazene os logs de acesso por pelo menos dois anos

 

O Ministério Público Federal em São Paulo recomendou que a Net armazene os logs de acesso -  registros de uma conexão feita de um computador por um usuário, dos serviços Virtua e Vivax - por pelo menos dois anos. O prazo atual de seis meses adotado pela empresa faz com que crimes, como de exploração sexual da criança e do adolescente, fiquem impunes. O MPF requisitou que a empresa se posicione em dez dias.

 

A recomendação surge para que os crimes cibernéticos possam ser apurados sem perder dados necessários à investigação. Para o procurador da República Marcio Schusterschitz, autor da recomendação, "é fundamental a empresa guardar os logs de acesso para que as investigações de crimes cibernéticos não sejam interrompidas por não se saber quem é o usuário que os cometeu".

 

Ele explica que "se em uma investigação um saite informa o log de acesso de um internauta, que guardava em sua página fotos de crianças ou adolescentes explorados sexualmente, caso a Justiça demore mais de seis meses para determinar que a empresa identifique de quem era o log de acesso, o mesmo já terá sumido, porque o provedor não o guarda por mais de seis meses".

 

O procurador, que faz parte do Grupo de Combate a Crimes Cibernéticos do MPF em São Paulo, ressalta que o fornecedor de serviços de Internet deve proteger a criança e o adolescente contra formas de exploração sexual que ocorrem por meio da web.

 

A Internet permite que pessoas utilizem identidades falsas ou se façam passar por crianças para aliciá-las com finalidades sexuais. "Por meio de ferramentas da web, os predadores sexuais exploram a inocência da criança ou do adolescente", afirma o procurador.

 

O Grupo de Combate a Crimes Cibernéticos vem atuando para coibir e previnir os crimes na Internet. O MPF já recomendou ao Google que informe o conteúdo de 3.261 álbuns de fotografia bloqueados por usuários denunciados pela ONG Safernet - que contêm fotos de pornografia infantil. O assunto foi levado à CPI da Pedofilia, que quebrou o sigilo dos dados e a companhia os entregou.

 

Cinco provedores brasileiros - Uol, Terra, IG, Bol e Yahoo - também já receberam recomendação para que monitorem chats de crianças e adolescentes para evitar que possíveis pedófilos abusem de menores.

 

Fonte: Espaço Vital

 

DNT - O Direito e as novas tecnologias

 

 

terça-feira, abril 29, 2008

Google vai instalar servidor no país para combater a pedofilia - PPP - Patricia Peck Pinheiro Advogados

 

Google vai instalar servidor no país para combater a pedofilia

 

Para facilitar a investigação do Ministério Público sobre a pedofilia na internet, o Google vai instalar neste ano um servidor no Brasil para hospedar algumas páginas do Orkut brasileiro, mais popular site de relacionamento do País. A solução envolve softwares, hardwares e uma equipe no Brasil que será montada para atender às demandas da justiça brasileira com mais rapidez.

 

Gazeta Mercantil

11/04/08

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Direitos Autorais Reservados
Publicado: Gazeta Mercantil

PPP - Patricia Peck Pinheiro Advogados

 

sexta-feira, abril 11, 2008

Ofensa no Orkut - Google terá de indenizar mulher chamada de “caloteira” - Consultor Jurídico

 

Ofensa no Orkut

Google terá de indenizar mulher chamada de “caloteira”

 

O prestador de serviços tem o dever de responder pelas falhas do serviço, independentemente da culpa. O entendimento foi firmado pelo juiz Yale Sabo Mendes, do Juizado Especial do Planalto, em Cuiabá (MT), ao condenar o Google a pagar R$ 10 mil de indenização por danos morais a uma mulher chamada de “caloteira” em uma comunidade criada no Orkut. Cabe recurso.

 

Em novembro do ano passado, a Google Brasil foi obrigada a tirar a comunidade do ar. Na ocasião, a empresa também teve de excluir os sites sob sua responsabilidade que buscavam a informação ofensiva. Agora, no julgamento do mérito, foi condenada a pagar pelo dano.

 

“O dano moral sofrido é de difícil reparação e, se não concedida à medida de urgência, o abalo moral aumentará, uma vez que a cada dia são colocadas novas ofensas na internet, além do acesso fácil de várias pessoas a estas comunidades”, ressaltou o juiz ao mandar retirar a comunidade do ar.

 

A Google Brasil, para se defender, alegou que é impossível fazer uma fiscalização técnica das comunidades criadas no site de relacionamentos. Disse, ainda, que não existe legislação específica para obrigar provedores a exercer o controle do conteúdo inserido na internet por terceiros. Os argumentos não foram aceitos.

 

Ao condenar a empresa, o juiz Yale Sabo Mendes se baseou no artigo 14, do Código de Defesa do Consumidor, que trata da responsabilidade do fornecedor pelo serviço defeituoso. Segundo ele, pela teoria do risco do empreendimento, quem fornece serviços tem o dever de responder por eles.

 

Clique aqui para ler a decisão

 

Revista Consultor Jurídico, 9 de abril de 2008

 

Leia também
MPF quer que Google informe conteúdo de álbuns fechados
TJ-MG manda Google identificar usuário que ofendeu pelo Orkut
Reclamar de empresa no Orkut não é motivo para justa causa
Google recorre para não retirar comunidades contra bispo do ar
Orkut deve tirar do ar comunidades que ofendam Edir Macedo
 

Consultor Jurídico

 

quinta-feira, abril 10, 2008

Google deve informar conteúdo de álbuns fechados - Jusvi

 

Google deve informar conteúdo de álbuns fechados

 

O Grupo de Combate a Crimes Cibernéticos do Ministério Público Federal em São Paulo (MPF/SP) concedeu o prazo de 48 horas para que a empresa Google Brasil informe quais dos 3.261 álbuns de fotografia do Orkut com conteúdo bloqueado por usuários denunciados pela ONG Safernet contêm fotos de pornografia infantil. A notificação foi enviada ao presidente da empresa, Alexandre Hohagen, e o prazo se encerra amanhã (quarta-feira), mesmo dia previsto para que o MPF/SP e a empresa deponham à CPI da Pedofilia, instalada no Senado Federal.


A publicação, em qualquer mídia, de imagens de pornografia com crianças e adolescentes é crime previsto pelo artigo 241 do Estatuto da Criança e do Adolescente. A pena é de 2 a 6 anos de prisão. Entretanto, o novo recurso de privacidade criado pelo Orkut, da Google, impede o acesso do Ministério Público e da Polícia a tais álbuns, impedindo a investigação do delito e, portanto, garantindo a impunidade dos autores.


A ONG Safernet Brasil, por meio do site www.denunciar.org.br (canal oficial de denúncias conveniado ao MPF) recebeu denúncias contra 3.261 diferentes álbuns de fotografias fechados do Orkut. Estes álbuns estão, na maioria das vezes, em perfis falsos feitos por pedófilos para divulgar álbuns de fotos com esse tipo de conteúdo.


Com os álbuns fechados, apenas pessoas autorizadas pelo criador da página acessam as fotos, criando um ambiente para troca dessas imagens entre pedófilos. Mas os usuários do Orkut percebem que tipo de conteúdo há nesses álbuns e os denunciam, já que a página principal desses perfis geralmente são ilustradas com fotos de crianças nuas.



Notificação
– No documento enviado à Google Brasil, o procurador da República Luiz Fernando Gaspar Costa, coordenador substituto do Grupo de Combate aos Crimes Cibernéticos do MPF/SP, alerta que “somente a empresa tem acesso ao conteúdo publicado”. Na notificação, além das informações sobre as páginas denunciadas, o MPF/SP pede que a Google Brasil preserve “todas as evidências necessárias” (logs de acesso, dados do usuário e fotografias que estavam nos álbuns).


Após as denúncias, vários desses perfis com álbuns fechados são retirados do ar pela Google, entretanto o MPF/SP quer a garantia de que a materialidade dos crimes seja preservada para que os responsáveis possam ser investigados e punidos. Caso a Google Brasil não atenda a notificação, o MPF/SP poderá responsabilizar a empresa civil e criminalmente.


No último dia 1º de abril, a procuradora da República Fernanda Teixeira Souza Domingos Taubemblatt notificou a empresa para preservar todo o conteúdo das quase 100 mil páginas denunciadas comunicadas pela Safernet Brasil nos anos de 2006 a 2008, e informar quais dos conteúdos denunciados continham indícios de crimes e/ou violação aos direitos humanos e fundamentais, conforme a lei brasileira. O MPF/SP notificou também empresa a informar quantos e quais casos de pornografia infantil foram reportados ao órgão americano National Center for Missing and Exploited Children (NCMEC).



CPI
– Amanhã, 8 de abril, às 9h, os procuradores da República Sergio Gardenghi Suiama e Luiz Fernando Gaspar Costa , coordenadores do Grupo de Combate a Crimes Cibernéticos do MPF/SP, vão depor à CPI da Pedofilia. No último dia 3, procuradores do grupo enviaram ofício ao presidente e ao relator da CPI, senadores Magno Malta e Demóstenes Torres, se colocando à disposição para colaborar com os trabalhos da comissão.


Criado em 2003, o grupo foca seu trabalho em dois crimes contra os direitos humanos muito cometidos na rede e cuja atribuição é federal: pornografia infantil e racismo. Os oito procuradores do grupo se dividem atualmente sobre cerca de 500 investigações e processos criminais que tramitam na Justiça Federal de São Paulo (o número de procuradores do grupo e de casos cresceu exponencialmente com o advento do Orkut).


Na esfera cível, o grupo atua junto aos provedores de serviços de internet, com a missão de assegurar que as empresas adotem medidas adequadas de prevenção e colaboração com as autoridades. Em 2005, os maiores provedores brasileiros, UOL, IG e Terra, assinaram termo de compromisso de integração operacional com o MPF/SP, que estabelece, entre várias medidas, prazo mínimo para preservação de evidências.


No documento enviado à CPI, os procuradores relatam que o Brasil não é um país produtor de pornografia infantil comercial, mas que “é certo afirmar que criminosos brasileiros têm se utilizado cada vez mais da Internet para distribuir e trocar pornografia infantil, bem como para assediar e aliciar crianças online”.


Entre 2006 e 2007, a ONG Safernet registrou um aumento de 126,03% nas denúncias de pornografia infantil na internet. De 121.358 denúncias, o patamar subiu para 267.470 em apenas um ano. Desse total de denúncias, 86% refere-se ao Orkut, que hoje é o principal serviço privado de internet acessado por brasileiros.


“Cerca de 30 milhões de usuários nacionais integram hoje a rede de relacionamentos mantida pela Google, o que justifica plenamente a atuação estatal no sentido de obrigar a empresa a engajar-se de forma mais efetiva no combate à pornografia infantil praticada em seus serviços”, afirmam os procuradores no documento enviado à CPI.



Ação
– Nesse sentido, o MPF/SP ajuizou em agosto de 2006, ação civil pública contra a Google Brasil para obrigar a empresa a preservar e encaminhar dados solicitados pela Justiça Brasileira, sob pena de multa diária de 200 mil reais por processo e indenização por danos morais coletivos no valor de 130 milhões de reais em caso de condenação.

 

Decisão liminar obrigou a Google a entregar os dados, mas a empresa obteve efeito suspensivo no Tribunal Regional Federal da 3ª Região.


A ação está relatada para sentença, mas o MPF/SP e a Google tentam uma solução amigável desde outubro de 2007, quando a empresa constituiu novos advogados e criou um departamento jurídico no Brasil, mas o diálogo não avança sobre cinco tópicos que o MPF considera fundamentais:


a) tempo de preservação de provas: o MPF/SP quer a preservação de dados por pelo menos três anos, a Google insiste em apenas 30 dias;
b) preservação e encaminhamento da provas (sobretudo das imagens de pornografia infantil postadas);
c) desenvolvimento de filtros para impedir a publicação de pornografia infantil;
d) implementação de um serviço efetivo de atendimento ao consumidor nacional, inclusive por meio de um serviço de telefone 0800;
e) acesso das autoridades públicas aos álbuns fechados.

 

Fonte: Procuradoria Geral da República (PGR) »

 

Revista Jus Vigilantibus, Terça-feira, 8 de abril de 2008

Jusvi

 

sábado, abril 05, 2008

CPI da pedofilia fecha o cerco novamente contra o Google - DNT - O Direito e as novas tecnologias

 

CPI da pedofilia fecha o cerco novamente contra o Google

 

A resistência do Google de não cooperar com o Poder Público brasileiro no combate a pedofilia teve mais um round nesta semana. Desta vez a CPI da Pedofilia aprovou nesta quinta-feira (3) a convocação do diretor-geral do Google no Brasil, Alexandre Hohagen, e do diretor de comunicação, Félix Ximenes, para esclarecer as denúncias de veiculação de pedofilia no Orkut, que pertence à empresa.

 

Segundo o presidente da CPI, senador Magno Malta (PR-ES), a intenção é “conscientizar o Google a cumprir as leis do Brasil”. A convocação é com base em uma denúncia feita pela ONG SaferNet Brasil de que o Orkut traria mais de 3 mil páginas que trariam conteúdo de pedofilia.

 

Os diretores já haviam sido chamados antes pela comissão na condição de "convidados", mas não compareceram. Agora, a audiência foi marcada para a próxima quarta-feira (9), e os representantes do Google são obrigados a comparecer.

 

Malta afirma que, caso haja uma nova recusa dos diretores em depor, usará as prerrogativas da CPI para garantir o depoimento. “Não dá mais para eles recusarem. A CPI tem o poder de trazer [os diretores] debaixo de vara”, afirmou. A expressão diz respeito ao eventual pedido de ajuda policial para localizar e trazer o convocado à comissão.

 

O senador acredita, no entanto, não ser preciso o uso da força porque o Google contratou o ex-ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, como advogado. “Fico feliz que eles contrataram o ministro Márcio Thomaz Bastos. Ele saberá aconselhá-los a comparecer na CPI e fazer uma parceria conosco no combate a esse crime”, disse Malta ao G1.

 

Apesar do Google de ter realizado diversos acordos com o Ministério Público, o Google continua negando informar quem são os criadores do material ilícito e apenas autorizam os promotores a apagar o conteúdo, o que não soluciona o problema.

 

Segundo a ONG Safernet, as denúncias de pedofilia provêm do Orkut. "O site se tornou o paraíso dos crimes cibernéticos", afirma. "Lá, os criminosos se sentem protegidos."

 

Desde que comprou o Orkut, o Google, que tem escritório no Brasil há quase três anos, se recusou a prestar informações e faltou a audiências judiciais para esclarecer a omissão diante dos crimes dos usuários. Por fim, em 2007, depois de muita pressão da sociedade e de ações civis públicas, a empresa firmou acordos extrajudiciais com representações estaduais do Ministério Público em Minas Gerais, Pernambuco, Ceará e Rio Grande do Norte.

 

O MPF negocia há dois anos um acordo com o Google. "Tenho esperança de que consigamos um avanço em breve", diz a procuradora Adriana. Segundo ela, foram negociados a fixação de um prazo para a manutenção de provas, o estabelecimento de filtros mais eficientes para publicação no site e uma campanha de conscientização dos usuários, por meio de publicidade sobre crimes cibernéticos na página.

 

Ouça minha entrevista na Radio Itaiaia em que esclareço o que está por trás da resist~encia do google em cooperar com o Poder Público no Brasil

 

Download entrevista_orkut_cpi_pedofilia.mp3 (2364.6K)

 

DNT - O Direito e as novas tecnologias

 

segunda-feira, março 03, 2008

Prática de spam pode sair caro - PPP - Patricia Peck Pinheiro Advogados

 

Prática de spam pode sair caro

 

O aumento de crimes na web e, conseqüentemente, os prejuízos por eles causados, motivam a criação de um Projeto de Lei visando a regulamentação de práticas online. Dessa vez, o envio de spams poderá ser punido com multa caso a Câmara aprove o Projeto de Lei 1227/07, do deputado Eduardo Gomes (PSDB-TO).

 

A iniciativa não é à toa, visto que, de acordo com o Relatório Symantec Sobre Spam, do mês de janeiro, durante as festas de dezembro e à medida que se aproximava o final de ano, a presença dessas mensagens elevou-se mais de 10%. Enquanto que no início de dezembro esse fenômeno representava 72% do correio mundial, nos últimos dias de 2007 essa cifra chegou até os 83%.

 

Além de encher as caixas de e-mail dos usuários, os spams também podem ser responsáveis pela contaminação das máquinas com vírus, trojans e phishings. Segundo o Gartner, os ataques de phising nos Estados Unidos aumentaram em 2007 e causaram prejuízo de US$ 3,2 bilhões. O levantamento concluiu que 3,6 bilhões de adultos perderam dinheiro com os ataques no período de um ano (de agosto de 2006 a agosto de 2007). Entre os anos de 2005 e 2006 esse número era de 2,3 milhões de pessoas.

 

Como forma de barrar essas ameaças, o Projeto de Lei define o spam como qualquer mensagem eletrônica não solicitada, isto é, enviada por e-mail ou outro procedimento sem prévia autorização do remetente. A proposta admite o envio de mensagem eletrônica comercial apenas quando houver relação comercial preexistente entre o remetente e o destinatário.

 

Os infratores pagarão multa de até R$ 200 por cada mensagem eletrônica comercial não identificada enviada ou mensagem não solicitada enviada em desacordo com as exigências da lei. O envio de uma mensagem eletrônica a destinatário que tenha optado por não recebê-la também será multado em até R$ 200.

 

Além disso, a mensagem deverá conter um endereço válido para resposta e oferecer um procedimento claramente identificável para que o destinatário opte por não receber outras mensagens do remetente. Uma mensagem eletrônica não solicitada poderá ser enviada uma única vez, desde que atenda essas exigências.

 

Infração

Os provedores de acesso a redes de computadores serão obrigados a manter recursos que possibilitem aos usuários identificar, bloquear e optar por não receber mensagens eletrônicas não solicitadas. Caso o provedor deixe de oferecer esses recursos, será multado em até R$ 500, com acréscimo de 1/3 na reincidência.

 

O projeto caracteriza como crime o falseamento e a fraude nas informações sobre o remetente das mensagens, sobre a data e hora de expedição ou do roteamento de qualquer mensagem eletrônica. A conduta criminosa será punida com detenção de três meses a dois anos, e multa de até R$ 500 por mensagem falseada ou fraudada.

 

Tramitação

O projeto tramita em conjunto com o PL 2186/03, que já foi aprovado pela Comissão de Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informática. As propostas serão analisadas pela Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania antes de seguir para o Plenário.

 

É possível?

Para muitos especialistas, a existência de Projetos de Lei que regulamentem certos tipos de mensagens não é a solução para os problemas. De acordo com a advogada especialista em TI, Patrícia Peck, da PPP Advogados, o que impede todas as iniciativas legislativas de darem certo é o distanciamento da definição técnica para sua aplicação prática.

 

“No caso dos spams, é preciso atenção em alguns pontos básicos. Primeiro, temos de lembrar das deficiências na capacidade de identificação real do remetente desses e-mails. Depois, pensar em um modo de cobrança para o envio de mensagens – que se tornaram mais baratas que telemarketing e a mala direta – que não penalize os usuários. E, por fim, analisar o que se configura um spam.”, explica Patrícia.

 

Para ela, não há, atualmente, um Projeto de Lei para spam que consiga desempenhar seu papel sem prejudicar o usuário. “Normalmente, quem envia mensagem de conteúdo malicioso não utilizará uma identidade verdadeira e, dessa forma, não será punido. No fim, quem sairá prejudicado é o usuário comum, que, por algum motivo, enviou muitas mensagens em um dia”, conclui.


Risk Repórter
14/01/2008

http://www.riskreport.com.br/publique/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?infoid=395&query=simple&search%5Fby%5Fauthorname=all&search%5Fby%5Ffield=tax&search%5Fby%5Fheadline=false&search%5Fby%5Fkeywords=any&search%5Fby%5Fpriority=all&search%5Fby%5Fsection=all&search%5Fby%5Fstate=all&search%5Ftext%5Foptions=all&sid=2&text=patricia+peck

 

Direitos Autorais Reservados
Publicado: Patricia Lisboa

PPP - Patricia Peck Pinheiro Advogados

 

terça-feira, dezembro 18, 2007

Substitutivo do Projeto que cria novos tipos penais para os crimes praticados na Internet é aprovado na CCT do Senado

Fonte: DNT - O Direito e as novas tecnologias


15-12-2007

Substitutivo do Projeto que cria novos tipos penais para os crimes praticados na Internet é aprovado na CCT do Senado

 

Cct Está pronto para a votação pela Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) o substitutivo do senador Eduardo Azeredo (PSDB-MG) a três projetos de lei que tipificam crimes cometidos com o uso de computadores e estabelecem as penas para os diversos delitos. O substitutivo foi aprovado nesta semana no dia 12 na Comissão de Ciência, Tecnologia, Inovação, Comunicação e Informática (CCT) e depois de ser votado na CAE deverá passar pela análise da Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ), onde terá decisão terminativa. A matéria já havia sido aprovada na Comissão de Educação (CE).

 

O substitutivo tipifica os crimes cometidos com uso de informática - e não apenas da Internet - como a clonagem de cartões de crédito e de telefones celulares, atos que não estão descritos pelo Código Penal. Eduardo Azeredo destacou a importância da aprovação da matéria e lembrou que a proposta é discutida no Congresso há quase dez anos.

 

 

As principais alterações deste substitutivo foram:

- a exclusão da defesa digital (Emenda 01/CCJ);
- a alteração da Lei Afonso Arinos para os crimes de racismo numa rede (Emenda 03/CCJ);
- a alteração da redação das responsabilidades do provedor nos inciso I, (Emenda 04/CCJ) e emendas de redação do Relator, para coerência com a emenda 1, nos incisos III, IV e § 1º ;
- a informação dos "crimes de acionamento penal publico incondicionado" no inciso V das responsabilidades do provedor (Emenda 04/CCJ);
- a alteração do ECA - Estatuto da Criança e do Adolescente, para tipificar "manter consigo" fotos, vídeos etc. relativos a pedofilia, do Relator.

 

Segundo a assessoria do Senador após a aprovação o projeto o trâmite deverá ser o seguinte:


- Tramitação na Comissão de Assuntos Econômicos, CAE
- Retorno volta à CCJ para a continuação da discussão interrompida pelos requerimentos, sendo elaborado e aprovado o texto final em decisão terminativa
- Encaminhamento ao Plenário, onde aguardará recurso pelos demais Senadores por 5 sessões.
- Não havendo recurso será encaminhado à Câmara dos Deputados para aprovação


São tipificados 11 crimes e para isso são adaptados oito instrumentos legais. Entre os crimes tipificados pelo projeto estão: acesso não autorizado à rede de computadores; interceptação ou interrupção de comunicações; falsificação de sistemas informatizados; divulgação ou uso indevido de informações contidas em banco de dados. O projeto pune ainda quem causar danos por difusão de código malicioso (vírus e similares); quem atentar contra a segurança de serviço de utilidade pública e quem interromper ou perturbar serviço telegráfico, telefônico, informático, telemático, dispositivo de comunicação, rede de computadores ou sistema informatizado.

 

O texto atual ao nosso ver ainda contém falhas graves :

 

1) A não inclusão dos provedores de modo geral e não apenas os de acesso no artigo 23 do substitutivo, como responsáveis para preservar os dados capazes de auxiliar maior probabilidade de êxito da identificação da autoria dos crimes praticados pela internet. Já havíamos alertado em nota no site do Conselho Federal e por meio de  parecer entregue a assessoria do Senador sobre esta falha grave. Acesse a íntegra do parecer clicando no link abaixo

Download parecerComentarios_pls76.pdf

 

2) Remeter para regulamento do Executivo a definição dos dados a serem armazenados pelos provedores, sob pena que em pouco tempo estes dados podem não mais corresponder mais à tecnologia utilizada;

 

3) Inclusão do elemento subjetivo do tipo nos delitos, conforme previsto na Convenção de Cibercrimes (Convenção de Budapeste);

 

4) Observância do princípio da proporcionalidade na cominação das penas. Em alguns casos certos tipos penais ficaram com pena de reclusão, à semelhança de delitos de elevado potencial ofensivo como os crimes contra a pessoa conforme já havíamos assinalado em parecer entregue a assessoria do Senador.

 

Leia mais sobre a aprovação do substitutivo no CCT

 

Para acesso a última versão do Projeto aprovado na Comissão de Ciência, Tecnologia, Inovação, Comunicação e Informática (CCT) .
Clique aqui Download substitutivo_azeredo_CCT.pdf



DNT - O Direito e as novas tecnologias: Substitutivo do Projeto que cria novos tipos penais para os crimes praticados na Internet é aprovado na CCT do Senado

segunda-feira, novembro 26, 2007

Google terá que fornecer dados de usuários do Orkut envolvidos em delitos

Fonte:  Âmbito Jurídico

  O seu Portal Jurídico da Internet



23/11/2007 18h31

Google terá que fornecer dados de usuários do Orkut envolvidos em delitos

 

Internet

Google terá que fornecer dados de usuários do Orkut envolvidos em delitos.

 

O juiz Gustavo Quintanilha Telles de Menezes, da 26ª Vara Cível do Rio, deferiu antecipação de tutela para que o Google Brasil Internet forneça ao Ministério Público do Estado e à Polícia Civil do Rio dados cadastrais de usuários do site de relacionamentos Orkut que pratiquem crimes. Poderão ser revelados data, hora e números de IPs de membros e criadores de comunidades.

 

Anteriormente, essas informações só eram divulgadas em casos específicos e com determinação judicial. Se a liminar não for cumprida, a empresa de internet terá que pagar multa diária de R$ 50 mil.

 

Segundo o Ministério Público, autor da ação, o anonimato assegurado pelo Google à identidade de seus usuários tem servido para encobrir a prática de diversas condutas delituosas. Na ação, o MP também alega que os dados solicitados não estão protegidos constitucionalmente. No entanto, o Google diz não poder obter as informações, pois elas estariam armazenadas em provedores fora do país. O juiz Gustavo Quintanilha entendeu que não há impossibilidade física de acesso.

 

"Insta salientar que a alegação de que os dados estariam armazenados em provedores fora do país consiste em insulto às autoridades requisitantes, visto que tanto é notório que as informações podem ser instantaneamente obtidas pelo réu, através da própria rede mundial de computadores", afirmou o juiz.

 

De acordo com a decisão, qualquer funcionário do Google Brasil terá que responder às solicitações do MP e da Polícia Civil, caso contrário poderá responder por crime de desobediência.

 

O juiz Gustavo Quintanilha afirmou ainda que os usuários do Orkut têm conhecimento de que os dados inseridos no site serão expostos publicamente, o que, inclusive, é explicado no momento do cadastro na rede de relacionamentos. Quanto aos aspectos técnicos, como IPs, o juiz explicou que eles são criados durante a utilização do serviço e não fornecidos previamente pelo internauta. Por isso, o Google não teria o compromisso de mantê-los em sigilo diante do requerimento das autoridades. A decisão é de primeira instância, cabendo recurso.

 

Fonte: TJRJ

 



Origem

segunda-feira, novembro 05, 2007

Internet a serviço do crime

Fonte: DNT - O Direito e as novas tecnologias

 


30-10-2007

Internet a serviço do crime

 

A maioria das pessoas desconhecem o potencial da Internet como rede de negócios para a prática de ilícitos. É alarmante como o Estado está incapacitado soberanamente de exercer a soberania nos meios eletrônicos. A Polícia deve estar mais aparelhada para o combate das práticas ilícitas o que nem sempre acontece. Veja pelo relato da repórter Ana Paula Lima no jornal Hoje em Dia publicado em 28/10/2007 a realidade que acontece em relação a venda de drogas, medicamentos e preconceitos através dos sites de relacionamento online.

 

Leia a íntegra.

 


«Vendem-se drogas sintéticas e remédios abortivos».

 

O anúncio não está em classificados, mas os produtos podem ser facilmente comprados sem sair de casa. Basta ter computador e conexão à internet. A rede criada para pesquisa e bate-papo, «adotada» por 1,1 bilhão de pessoas no mundo, desafia autoridades e esconde bandidos virtuais, que usam sites para comercializar mercadorias ilícitas. O crime é apenas um dos praticados em ambiente virtual, junto à pedofilia, fraudes eletrônicas, manifestações de ódio e contra a honra e incitação à violência. Só em Belo Horizonte, deram origem a 1.034 inquéritos na Polícia Civil, entre 1º de janeiro e 18 de setembro deste ano.

 

No encalço de traficantes que usam a internet, o HOJE EM DIA encontrou vários esquemas. O mais comum é o uso de programas de comunicação instantânea e sites de relacionamentos que não exigem comprovação de identidade, como o MSN Messenger, Orkut e e-mails gratuitos. Das drogas rastreadas, destacam-se ecstasy, LSD e lança-perfumes. Tóxicos que abastecem a classe média em festas de música eletrônica, mas com penetração cada vez maior nos bailes funk da periferia.

 

Primeiro, os traficantes criam perfis falsos com fotografias genéricas ou dos «produtos». Invadem comunidades visitadas por potenciais clientes, como espaços onde DJs e aficcionados divulgam futuras raves. São nos fóruns de debates e tópicos com recados que os traficantes virtuais espalham as propagandas. Mesmo se apagadas pelos donos do espaço, retornam de tempos em tempos, postadas pelo negociante.

 

As ofertas de drogas não são explícitas. Usam apelidos conhecidos pelos usuários, como «doce», para LSD, e bala ou pastilha, para ecstasy. Na comunidade Psy Brasil, que tem 124.931 participantes, um dos tópicos anônimos do fórum anuncia: «Vendo lança-perfume Universitário e Bala e Doce». Divulga preços. O frete é incluso. A propaganda termina com o e-mail do traficante, para contatos pelo MSN Messenger.


O programa de comunicação em tempo real é mais seguro que telefones, que podem ser grampeados.

 

Os anúncios aparecem apesar do aviso do moderador do espaço: «O propósito da comunidade não enquadra a discussão de assuntos relacionados a substâncias ilícitas. Aos que postarem, os tópicos serão apagados».

 

Há ainda quem tente despistar o tráfico de drogas anunciando a venda dos produtos com o nome invertido. Bala (ecstasy) se torna «laba» e o doce (LSD) vira «cedo». Um dos maiores representantes dessa categoria é uma certa «RHP Importadora». Na semana passada, o HOJE EM DIA negociou, como se fosse um cliente, a compra dos produtos. Para provar que não era caloteiro, o traficante do Rio de Janeiro propôs mostrar a droga, ao vivo, pela webcam.

 

A polícia sabe que o tráfico on line existe, mas esbarra em dificuldades típicas do mundo virtual para apurar os crimes. Uma delas é o fato que as páginas desaparecem tão rapidamente quanto surgem. Segundo a titular da Delegacia de Repressão aos Crimes Informáticos e às Fraudes Eletrônicas (Dercife) de Belo Horizonte, Andréa Ferreira Silva Araújo, ninguém foi preso na capital por esse crime. Mas inquéritos estão em andamento e ao menos um traficante já teve a identidade descoberta. A prisão deve ser pedida em breve.

 

Os crimes de internet recebem a mesma punição dos crimes comuns, porque só muda o meio em que eles acontecem. Para o tráfico de drogas, a pena pode chegar a 15 anos de prisão. O Ministério Público tenta conter a ilegalidade na rede a partir de denúncias e com a ajuda de técnicos. Por meio de convênio com provedores, ou de ordem judicial, os sites são retirados do ar.

 

O Google no Brasil entende que o conteúdo dos sites é de responsabilidade de quem o criou, e não do provedor que o hospeda. O «raciocínio» vale para o Orkut. O Google recebe 20 mil denúncias por semana, de todo o mundo, relacionadas a páginas com conteúdo ilegal ou a perfis clonados do Orkut. Se a empresa considera a queixa procedente, desativa a página - 5% dos casos. Nas demais situações, o procedimento só é feito com ordem judicial.


Abortivo é vendido sem controle

 

Encorajados pelo anonimato favorecido pela Internet, vendedores de substâncias ilegais parecem não temer a ação das autoridades. Apesar de ter a comercialização proibida no Brasil, o Cytotec é oferecido às claras no Orkut. O título de uma das comunidades é «Cytotec pela internet» - fácil de ser «localizado» por qualquer pessoa, a partir do nome do medicamento, usado como palavra-chave. O remédio foi criado para tratar úlceras mas, pelo efeito abortivo, passou a ser usado como «alternativa» por mulheres que querem se livrar de uma gravidez.

 

Quem criou a comunidade «Cytotec pela Internet» não mostra a cara. Prefere deixar somente o e-mail, forma de garantir uma negociação «particular» com o interessado. Mas faz questão de dizer que seu interesse é comercial e que está no ramo há «dez anos». Para vender seu peixe, anuncia que os comprimidos são «100% verdadeiros e seguros». A mercadoria é enviada pelos Correios, no mesmo dia em que o cliente faz o depósito bancário. O remetente ainda pode rastrear a correspondência a partir do número da encomenda.

 

O diferencial, neste caso, é que o vendedor entrega ainda um kit que promete evitar complicações causadas pelo aborto, como hemorragias. Um risco a mais para quem está comprando o remédio proibido, diz o ginecologista Humberto Scucato Madeira, diretor clínico da Maternidade Odete Valadares, em Belo Horizonte. «O Cytotec não foi feito para provocar abortos. Então, não há forma segura de usá-lo para esse fim», alerta o médico.

 

O comprimido causa hemorragia e até ruptura do útero, fatal se a pessoa demorar a ser socorrida. O kit «milagroso», anunciado para evitar esses «imprevistos», inclui outros remédios. «É uma pilantragem, porque esse kit não tem fundamento científico algum», afirma Humberto Madeira. Ao contrário, pode piorar a situação, já que a «paciente», iludida pelo «poder» dos medicamentos, pode demorar mais a procurar um hospital.

 

A vice-presidente do Conselho Regional de Farmácia de Minas Gerais, Ângela Caldas, avisa sobre outros perigos. «Quem compra qualquer medicamento sem orientação não sabe a origem do remédio, como usar, as reações e até se ele não tem susbtâncias outras nocivas misturadas à fórmula. O caso do Cytotec é pior, porque ele nem é produzido no Brasil».<FT03> (A.P.L.)


Apologia descarada de barbitúrico

 

No território sem lei da internet, até remédios vendidos em farmácias transformam-se em drogas capazes de dar «barato» aos usuários. Uma delas é o Benflogin. Antiinflamatório de tarja vermelha, deveria ser usado somente para combater infecções, como dores de garganta. Mas, em páginas e comunidades virtuais, os comprimidos são tidos como «vedetes» das raves.

 

Garantem, segundo internautas, energia e euforia para enfrentar baladas que chegam a durar mais de um dia. O caminho seria combinar pílulas com generosas doses de álcool. Mesmo sem saber que o efeito da mistura pode levar a uma hemorragia digestiva e até à morte.

 

Em teoria, o Benflogin só poderia ser comercializado com receita. Mas a julgar pelo número de comunidades dedicadas ao remédio, o acesso ao medicamento, nos balcões de drogarias, é feito sem qualquer restrição. Somente no Orkut, há 27 comunidades dedicadas ao Benflogin. Uma delas, «Tô ben (sic), tô Benflogin», tem 2.324 membros. Nos fóruns de discussão, os participantes debatem desde as formas de consumir as pílulas até o poder que elas teriam.

Asseguram que o remédio dá prazer e provoca alucinações. «Pode fazer uma parede converter-se em jardim multicolorido», descreve uma das comunidades.

 

Invariavelmente, a dica é tomar os comprimidos com álcool - que pode ser conhaque, vodka ou até uísque. Além da mistura desaconselhável, surpreende o fato de que os internautas parecem disputar quem usa o maior número de drágeas de uma só vez. Há relatos de jovens que ingeriram 15 comprimidos.

 

Outros garantem que consumiram a cartela inteira de uma só «tacada» - nada menos que 30 pílulas.


Em número bem menor, porém, aparecem relatos de jovens sobre as reações adversas causadas pelos medicamentos. Entre elas, dor de estômago, irregularidade nos batimentos cardíacos e até falta de ar. O Centro Mineiro de Toxicomania confirmou o poder alucinógeno e a euforia provocada pelo Benflogin, se consumido em doses acima de 500 miligramas - o máximo recomendado por dia, para fins terapêuticos, é 200 miligramas, o equivalente a quatro comprimidos. A combinação com álcool potencializa o efeito adverso.

 

O médico Humberto Scucato Madeira diz que quem toma grande quantidade de pílulas, como as descritas na internet, corre o risco de sofrer lesões agudas na mucosa gástrica. O quadro pode levar à hemorragia e, na falta de socorro, à morte. Nota divulgada na internet pelo laboratório Aché, fabricante do Benflogin, alerta que as drágeas só podem ser usadas sob recomendação médica, e nunca com álcool. O laboratório lembra, ainda, que apologia ao uso de substâncias entorpecentes é crime.


Incitação ao ódio cresce na rede

 

Elas não atacam uma pessoa diretamente, mas nem por isso são menos criminosas. Comunidades e páginas virtuais desenvolvidas para agredir, on line, negros, judeus, estrangeiros, índios, homossexuais e pessoas carentes são cada vez mais comuns. Já respondem por 30% das 3 mil denúncias diárias que chegam à Safernet Brasil, site criado para combater violações de direitos humanos na Internet. Só perdem para acusações de pornografia infantil. O abuso sexual e a exploração de imagens de crianças e adolescentes representam 40% das queixas.

 

O preconceito contra as categorias é batizado de «crime de ódio» e cresce de forma assustadora na rede. «Quando criamos o site, na virada para 2005, quase não recebíamos denúncias sobre esse tipo de crime», diz o presidente da Safernet Brasil, Thiago Tavares. Para ele, o aumento das agressões reflete um comportamento da sociedade. «A internet reproduz as virtudes e os defeitos das pessoas na vida real», afirma Thiago, que é professor de Direito na Universidade Católica de Salvador, na Bahia.

 

A ação conjunta de sites que recebem denúncias, da polícia e do Ministério Público ajuda a combater as comunidades criminosas. Mas a proliferação das páginas é rápida, e os participantes já desenvolvem mecanismos para despistar a vigilância. No Orkut, que hospeda, segundo Thiago Tavares, 94% do conteúdo virtual denunciado à Safernet, é cada vez mais raro encontrar grupos com títulos pejorativos, como «preto» ou «crioulo». Mas as manifestações preconceituosas continuam hospedadas. Só que camufladas com outros termos, como «manos», para designar afrodescendentes.

 

Nem a pobreza escapa da língua ferina de alguns internautas. A comunidade «Direitos Humanos é o Cacete» tem mais de 10 mil membros e associa a carência à criminalidade. Um dos participantes defende o aborto forçado em mulheres humildes, «para evitar que parideiras de plantão produzam bandidos». O «colega» Carl concorda. «As faveladas (...) não controlam seus impulsos primitivos, (...) vivem «liberando pra rapazeada». Falta a chibata, a régua bem aplicada na face, a disciplina e a ordem (sic)». Já outro integrante do fórum é a favor de medidas estilo Adolf Hitler. «Esterelizar (sic) presidiários, pessoas com QI baixo, que não têm dinheiro suficiente para criar um filho, já seria uma grande saída».


Mas o preconceito não é impune. O presidente do Safernet Brasil, Thiago Tavares, explica que o portal vasculha a rede em busca de ofensas do tipo e, por meio de parceria com o Ministério Público e provedores, consegue a retirada de páginas do ar. Em Brasília, um estudante de Direito está sendo processado por disseminar o ódio contra negros. Só em São Paulo, mais de 300 investigações contra violação aos direitos humanos estão em curso. «O número de punições ainda é pequeno. Mas é uma luta contínua, que depende de mobilização nacional», defende.

 

A titular da Delegacia Especializada de Repressão ao Crime Informático e às Fraudes Eletrônicas de Belo Horizonte (Dercife), Andréa Silva Araújo, avisa que crimes como o racismo, que têm a coletividade como vítima, também são investigados. «Toda conexão de internet deixa rastro. Pode levar tempo, mas chegamos aos autores e encaminhamos o inquérito para que eles prestem contas à Justiça».


 


Origem

Documento de identidade passa a fazer parte dos dados de rede online

Fonte: DNT - O Direito e as novas tecnologias

 


03-10-2007

Documento de identidade passa a fazer parte dos dados de rede online

 

Brasília - Assim, se uma pessoa abordada pela polícia tiver mais de um documento de identidade será possível descobrir o crime com consulta online. Informações sobre a identidade civil da população passam a fazer parte da Rede de Integração Nacional de Informações de Segurança Pública, Justiça e Fiscalização (Infoseg), do Ministério da Justiça.

 

Assim, se uma pessoa abordada pela polícia tiver mais de um documento de identidade será possível descobrir o crime com uma consulta à Rede Infoseg. “Estamos tratando de 250 mil brasileiros identificados civilmente”, destaca o coordenador nacional da Rede Infoseg, Odécio Rodrigues. O primeiro estado a se integrar ao sistema e ter acesso aos dados é o Rio de Janeiro. O Infoseg é um banco de dados integrado que recebe informações das polícias federal, estaduais e municipais dos 26 Estados e do Distrito Federal.

 

São informações como inquéritos, processos, registro de veículos roubados, mandados de prisão e carteira de motorista. O sistema está integrado também à Receita Federal, o que irá permitir consultas de Cadastro de Pessoa Física (CPF) e sobre a constituição de empresas em todo o território nacional. Odécio Rodrigues explica que o Infoseg é uma ferramenta de auxílio no combate à criminalidade.

 

“Aqui em Brasília, há poucos meses, um cidadão foi registrar uma ocorrência em uma delegacia de polícia, e ao ser consultado descobriu-se que ele era procurado pela polícia de São Paulo e ficou preso imediatamente”. Atualmente, mais de 90 mil usuários estão cadastrados para acessar e as consultas diárias chegam a atingir picos de 130 mil, de acordo com o Ministério da Justiça.

 

Fonte: IDG Now

 


Origem

sábado, novembro 03, 2007

Moça exibida na internet em cena de sexo recebe indenização maior

Fonte: DNT - O Direito e as novas tecnologias


27-08-2007

Moça exibida na internet em cena de sexo recebe indenização maior

 

Fonte: Portal G1

 

Video foi gravado em 2004 por ex-namorado da vítima. Indenização aumentou de R$ 70 mil para R$ 126 mil.

 

Dois jovens acusados de divulgar na internet um vídeo com cenas de sexo de uma jovem, menor de idade na época, foram condenados pela 4ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça (TJ) do Rio de Janeiro a pagar uma indenização de R$ 126 mil à vítima, hoje com 19 anos,  e sua mãe. Os condenados podem recorrer ao Superior Tribunal de Justiça (STJ).      

 

A vítima decidiu processar os jovens ao tomar conhecimento de que as imagens estavam disponíveis na rede de computadores depois que terminou o relacionamento com um dos rapazes em 2004.      

 

Ao saber por colegas de colégio que sua intimidade estava exposta na Internet, ela procurou o Ministério Público do Rio, que investigou o caso.

 

A 16ª Vara Cível já havia condenado, em março deste ano, os rapazes a pagarem uma indenização de R$ 70 mil, sendo R$ 35 mil para a vítima e a mesma quantia para sua mãe. Insatisfeitas com o valor, as duas recorreram ao TJ.


O desembargador-relator do processo na 4ª Câmara Cível aumentou o valor da indenização para R$ 76 mil para a jovem e R$ 50 mil pra mãe dela. Os outros magistrados concordaram com o voto do relator por unanimidade na sessão de terça-feira (21).

 

“Não há duvida quanto ao abalo psicológico que sofre uma mãe ao se deparar com um vídeo contendo cenas de sexo de sua filha adolescente amplamente divulgado. Portanto, deve a verba reparatória ser majorada para R$ 50 mil”, escreveu o relator, desembargador Fernando Fernandy Fernandes, em sua decisão, que ainda será publicada no Diário Oficial.

 


Origem

Crime no Orkut

Fonte: Consultor Jurídico


Crime no Orkut

Google não cumpre decisões judiciais, afirma MPF

 

por Gláucia Milicio

 

O conflito entre a legislação brasileira e a americana é o principal motivo para a falta de punição aos acusados de cometer crimes na internet, os chamados cyber crimes. A constatação é do Ministério Público Federal que entrou, na terça-feira (21/8), com Ação Civil Pública para pedir a quebra de sigilo de dados de comunidades e perfis de pedofilia no Orkut, site de relacionamentos da internet.

 

De acordo com o MPF, esse conflito acontece porque o Google insiste em não cumprir decisões judiciais. A empresa brasileira alega não ter competência para quebrar o sigilo de dados de um usuário do Orkut e a sua sede, a Google Inc, segue legislação americana. Nos Estados Unidos, a Suprema Corte entende que racismo não é crime, já no Brasil é classificado como crime inafiançável.

 

A procuradora Adriana Scordamaglia, explicou que lá (EUA) não é prioridade tirar uma comunidade racista do ar. “Segundo o Google Inc, há uma política de tolerância zero apenas para pedofilia”, afirmou. Ela ressaltou que a empresa foge das regras de cooperação porque não fornece um ponto de contato para receber notificações aqui no Brasil.

 

Ela defendeu, juntamente com os procuradores Thamía Danelon Valiengo e Sérgio Gardenghi, que a sede brasileira da empresa é quem deve responder civil e criminalmente por qualquer ato ilegal praticado pelo Orkut.

 

Hoje, mais de 200 processos de quebra de sigilo de dados tramitam na Justiça Federal de São Paulo. A maior parte deles, compondo um total de 114 casos, é de denúncias de pornografia infantil. O segundo caso mais denunciado é o de racismo, com 66 acusações.

 

O levantamento foi feito pela ONG Safernet Brasil e divulgado, na quarta-feira (22/8), na sede do Ministério Público Federal, em São Paulo. De acordo com a pesquisa, o número de investigações instauradas pelos procuradores cresceu vertiginosamente. Ao todo, a ONG encontrou 46 mil páginas diferentes de conteúdo ilegal no site de relacionamentos.

 

Durante o levantamento, os procuradores citaram o caso ocorrido na terça-feira (21/8) onde a Polícia Federal cumpriu ordem judicial de prisão preventiva contra um empresário de Osasco, na grande São Paulo. Ele transmitiu pelo messenger vídeo de abuso sexual que cometeu contra a filha, então com 9 anos.

 

As investigações começaram, em 2004, mas só agora é que o acusado foi preso. A procuradora Adriana Scordamaglia explicou que a demora se deu porque os crimes de internet são novos e há dificuldade em tipificá-los. Ressaltou também que comprovar a materialidade dos fatos não é tão simples.

 

“É preciso pedir a empresa de telefonia que forneça dados do usuário do computador (quebra de sigilo telemático). Logo depois, precisamos de um mandado de busca e apreensão para buscar as provas concretas”, esclareceu.

 

O acusado será processado por atentado violento ao pudor e divulgação de imagens de pornografia infantil na internet. O caso contou com a colaboração da empresa Microsoft, que forneceu informações ao MPF.

 

Além de dados sobre denúncias, a ONG apurou, também, a presença de links patrocinados em páginas com conteúdo ilegal do Orkut. O caso já foi encaminhado para o MPF, que recomendou à empresa Google Brasil que crie filtros para evitar que anunciantes de boa-fé tenham anúncios veiculados em páginas com conteúdo criminoso. A mesma representação fora encaminhada ao Conselho e Auto-Regulamentação Publicitária, o Conar.

 

Por fim, a procuradora Adriana Scordamaglia, ressaltou que cabe ao MPF coibir os crimes de pedofilia e racismo. Os demais crimes cometidos no site, segundo ela, são de competência do estado.

 

O Google afirmou, por meio de sua assessoria de imprensa, que não vai se pronunciar sobre o assunto.

 

Revista Consultor Jurídico, 23 de agosto de 2007

 


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