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quinta-feira, março 01, 2007

OAB: reduzir idade penal é propaganda enganosa contra violência

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Brasília, 28/02/2007 – “O grande equívoco que se refere à redução da maioridade penal está na propaganda enganosa de que, se reduzindo a idade penal, se estaria combatendo efetivamente a violência”. A afirmação é do presidente nacional da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Cezar Britto, ao comentar a análise que a Comissão de Constituição e Justiça do Senado Federal fará hoje (28) de seis propostas de emenda à Constituição que propõem reduzir a idade da imputabilidade penal, atualmente fixada em 18 anos.

Para o presidente da OAB, a redução da maioridade penal seria a função mais cômoda a ser tomada pelo Estado. “Ao invés de resolver o problema da violência como um todo e investir na melhoria das questões sociais, o Estado iria apenas coibir a sua ponta, que é a punição de envolvidos em crimes”.

Exemplo de que a redução da idade penal não é a forma ideal para combater a violência, segundo Cezar Britto, foi a barbárie cometida contra o menino João Hélio, no Rio de Janeiro, que chocou o Brasil. “É a demonstração mais clara de que não é aumentando ou reduzindo a pena que se combate a violência. Tanto é que, dos cinco acusados, quatro já tinham atingido a idade adulta e nem por isso deixaram de cometer o crime”, acrescentou Cezar Britto.

A questão da violência está sendo examinada pela OAB no âmbito do Fórum pela Superação da Violência e Promoção da Cultura da Paz, criado no último dia 14 e composto, ainda, pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), associações de magistrados, de promotores públicos e demais entidades representativas da sociedade. A próxima reunião do Fórum será às 9h30 do próximo dia 14.


quarta-feira, fevereiro 28, 2007

Redução da maioridade penal provoca polêmica no Senado

Fonte:





16/02/2007 13h25

O senador Demóstenes Torres (PFL-GO) é relator de uma proposta polêmica que divide opiniões não só entre os congressistas, mas também entre a população brasileira: a redução da maioridade penal dos atuais 18 anos para os 16. A matéria, que reúne seis propostas de emenda à Constituição por tratarem de assunto correlato, encontra-se em tramitação na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ), onde começou a ser debatida na última semana e volta à pauta na próxima reunião.


De um lado, estão os parlamentares contrários à imputação de responsabilidade penal aos maiores de 16 anos e menores de 18, como o presidente do Senado, Renan Calheiros. Ele acredita que a redução da maioridade penal não diminuirá a criminalidade.


- Isso pode gerar, entre os bandidos, uma disputa sobre a partir de que idade se pode matar. Com isso, os criminosos vão usar cada vez mais pessoas de menor idade para colocar no crime - argumenta.


Para Renan, o combate à criminalidade exige um conjunto de medidas, como a destinação de maior volume de recursos para segurança pública, policiamento nas ruas, presídio moderno, monitoramento de áreas perigosas, polícia bem paga, policiais com moradia de boa qualidade, perspectiva de emprego para os jovens e reeducação do menor infrator.



A senadora Patrícia Saboya (PSB-CE) acredita que a redução da idade é uma tentativa equivocada de apresentar respostas diante da crise.


- A redução da idade penal não vai resolver o problema da violência em nosso país porque esta não se resume à ação de menores de idade que estão matando. Quem conhece o Brasil real sabe que esses meninos são fruto de uma sociedade doente, que está agonizando, e que é preciso olhar para essas crianças desde o momento em que elas nascem - defende.


Também comunga da idéia o senador Paulo Paim (PT-RS), que defendeu a proposta do presidente da Associação Brasileira dos Magistrados da Infância e da Juventude, juiz Guaracy Vianna, e do criminalista Ari Bergher - um anteprojeto que prevê o aumento do tempo da internação de crianças e adolescentes em instituições socioeducativas de três para cinco anos.


- É um assunto que vem sendo debatido há algum tempo. A proposta não foi feita à toa e eu sou simpático à idéia. A solução não passa somente pela redução da idade - ressaltou Paim.


Responsabilidade


O senador Demóstenes Torres (PFL-GO) é favorável à imputação criminal a partir dos 16 anos e argumenta que o Brasil, ao lado da Colômbia e do Peru, é um dos únicos países em a pessoa só passa a responder pelos seus atos a partir dos 18 anos. Ele lembra que, nos Estados Unidos, Inglaterra e Austrália, a idade penal é de 10 anos. Na França e Polônia, de 13. Na Itália, Japão e Rússia, de 14 anos. E na Argentina e no Chile, a idade penal hoje é de 16, mas já existe proposta de redução para 14.


Já o senador Magno Malta (PR-ES) acredita que, quando se reduz a maioridade penal, há uma sinalização.


- Do jeito que as coisas estão, não tem mais limites. Eles conhecem a lei de cor e sabem que podem fazer tudo, que não vai dar em nada. Então, também vão guardar no coração quando alguém lhes disser que, se fizerem alguma coisa errada, vão perder sua menoridade. Vão pensar nisso antes de colocar o revólver na cabeça de alguém e dar dez tiros - opina.


Alternativa



Em meio às posições contrárias, começa a ser esboçada uma proposta que pode fazer com que se chegue a um consenso. Emenda apresentada pelo senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) esta semana à PEC 18/99, no âmbito da CCJ, prevê a manutenção da maioridade penal nos 18 anos, mas determina que "a lei poderá, excepcionalmente, desconsiderar o limite à imputabilidade penal, definindo especificamente as condições, circunstâncias e normas de aplicação da exceção".


A proposta preserva o atual mandamento constitucional do limite da imputabilidade penal aos 18 anos, como regra, abrindo a oportunidade para que a lei possa desconsiderar tal limite em casos excepcionais. "Essa lei definirá em quais casos e circunstâncias esse limite não será levado em conta. O Congresso Nacional terá, assim, a oportunidade de debater o tema, discutindo a quem caberá propor tal desconsideração, quem a concederá, a que crimes será aplicado, que instâncias deverão ser ouvidas, enfim, todas as formas de aplicação de um novo limite", justificou Jereissati.


Os senadores Arthur Virgílio (PSDB-AM) e Cristovam Buarque (PDT-DF) defenderam a idéia de flexibilização. Para Virgílio, não basta baixar a idade "para resolver o problema do cometimento de crimes por menores, mas é preciso determinar, através de regulamentação legal, quais são os casos em que um menor deve ser tratado como um maior".


Já Cristovam, que é veementemente contra a redução da maioridade penal, defendeu em Plenário a realização de alguns ajustes para a aplicação da pena a alguns adolescentes considerados "diferentes":


- Eu próprio tenho trabalhado a idéia de que, embora a maioridade não deva ser modificada, certos meninos e meninas, certos menores devem ser tratados de forma diferente de outros. Para isso temos de dar responsabilidade e confiar em juízes. Cria-se uma corte que possa dizer: Este menino, chamado Fulano de Tal, vai ter que ficar mais tempo preso do que os outros, porque ele é diferente. Nós somos uns diferentes dos outros, alguns para melhor, outros para pior. Mas sem reduzir, senador. Essa é a minha idéia, a minha bússola, independente dos votos - ressaltou. Elina Rodrigues





Fonte: Agência Senado



Lei não deve ser mudada por apelo emocional, diz OAB-MS

Fonte:







Campo Grande (MS), 12/02/2007 – “A legislação penal não pode sofrer mudanças no embalo emocional do momento”. Foi o que alertou o presidente da Seccional da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) de Mato Grosso do Sul, Fábio Trad, ao comentar a discussão sobre a redução da idade penal, de volta à tona após a morte do menino João Hélio Fernandes, de seis anos, durante assalto na zona norte do Rio de Janeiro. Trad concorda com o que afirmou hoje (12) o presidente nacional da OAB, Cezar Britto, de que a redução da idade penal não é sinônimo de diminuição do crime.

Advogado criminalista, Trad alerta que a legislação penal faz parte de um sistema que precisa estar amplamente assentado na Constituição Federal e, portanto, não pode sofrer alterações movidas pelo apelo emocional. “Aos que se aproveitam da emoção causada pelo doloroso episódio que vitimou uma criança no Rio de Janeiro para modificar estruturas fundamentais da legislação penal, recomenda-se cautela e prudência porque a emenda pode sair pior do que o soneto”, alerta.



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